“O Desastre de Chernobyl” é um documentário do Discovery Channel que aborda um dos maiores desastres ambientais da história: o acidente da Usina Nuclear de Chernobyl na Ucrânia soviética, distante da “lógica do Capital” ocidental. Em 1986, a explosão de um dos reatores nucleares da usina durante um teste noturno de eficiência engatilhou o desastre nuclear que impactou o mundo inteiro, acarretou gravíssimos problemas de saúde e ambientais e gerou consequências dramáticas para a União Soviética.
A usina de Chernobyl operava a cerca de 3km da cidade de Pripyat, que no mesmo dia da catástrofe começou a receber radiação. A taxa de radiação emitida pela cratera era cerca de 600 mil vezes maior do que a estabelecida pelos parâmetros de saúde na época. Essa radiação foi carreada pelos ventos, tornando Pripyat inabitável e afetando seriamente as populações das cidades vizinhas. Estima-se que a dispersão de radiação teria chegado até em Itália e França. Em aspectos ambientais, o desastre provocou a queima de florestas no entorno da usina, a contaminação de solos e cursos d’água da Ucrânia, da Rússia, da Belarus e até da Suécia e comprometeu geneticamente a linhagem de animais. Ainda, durante a remediação da catástrofe (em que trabalharam mais de 500 mil pessoas em contato direto com a radiação), todos os animais dos arredores da usina foram executados pela polícia russa, para evitar a dispersão de elementos perigosos.
Um dos temas principais da narrativa do documentário é o modo obscuro com o qual o governo soviético lidou com o desastre; a começar pelas autoridades locais em Pripyat, que não notificaram o secretariado geral da URSS imediatamente (as primeiras providências foram tomadas apenas 30 horas após a explosão). Ainda assim e apesar do teor anti-soviético do filme, é retratado que a falsificação e o acobertamento de dados foi uma prática adotada também por outros países da ONU.
“O Desastre de Chernobyl” conta com participações especiais de Hans Blix e Mikhail Gorbachev, vale a pena assistir!