Baseando-se nas ideias de seu irmão Fritjof Capra, Bernt Capra idealizou e dirigiu o filme “O Ponto de Mutação”. É representado um diálogo filosófico entre três figuras: um político frustrado após ser derrotado no pleito para a presidência dos EUA, uma física e um poeta que decidiram por abandonar o dinamismo dos Estados Unidos para espairarem a mente na França; Da boca da física saem os principais pontos da famosa teoria de Fritjof Capra: a civilização ocidental necessita de uma nova cosmovisão que substitua a atual, que jaz obsoleta.
.
A degradação ambiental é um dos temas no discurso da física. Segundo ela, devido à cosmovisão atual, o homem moderno se vê como o senhor da natureza e seu papel é subjugá-la. O que a física procura é elaborar uma nova concepção, que seja ecologicamente correta. Seu discurso é baseado em 3 fundamentos: 1. A atual cosmovisão é fruto do pensamento cartesiano, que produziu uma concepção de “mundo como máquina”; segundo a física, essa concepção coloca o meio ambiente (objeto) como um ente subjugado ao senhor cientista (sujeito) que o pode manipular como bem entender. 2. As descobertas da Física Sub-atômica como que “clamam” por um novo paradigma científico. 3. A solução, então, é desenvolver e adotar esse novo paradigma, holístico, que deve se transformar numa cosmovisão holística, onde tudo está conectado a tudo por meio de fluxos de energia, inclusive entre ser humano e meio ambiente.
.
É o ambientalismo do movimento Nova Era. Há de se tomar cuidado com ele, pois o lema “É tolo uma sociedade apegar-se a velhas ideias em novos tempos...” atribui uma autoridade tal ao progresso que este pode descambar numa ilusão (tola) de que nós, como humanidade, somos senhores de nosso próprio destino; o vislumbramento de um mundo utópico, fraterno e ecologicamente amigável não pode ser uma imagem de Salvação, pois isso está fatalmente fora do nosso alcance; pensar assim, pode ser tão nocivo quanto interpretar o mundo como uma máquina.