A Mata Atlântica vem sofrendo diminuição no tamanho médio de cada área desmatada, o que dificulta a fiscalização. Diante disso, a Fundação SOS Mata Altlântica, a Arcplan e o MapBiomas desenvolveram o Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) da Mata Atlântica, que permite detectar desmatamentos a partir de 0,3 hectares (ha). O sistema utiliza imagens de satélite e complementa e aprimora o monitoramento anual feito pelo Atlas.
Durante o ano de 2021 foi realizado o sistema piloto, nas bacias hidrográficas do Rio Tietê, do Rio Iguaçu, do Rio Jequitinhonha e dos Rios Miranda e Aquidauana. Com exceção à Bacia do Tietê (escolhida devido à ameaça que a expansão urbana aos arredores da bacia pode causar) os demais foram selecionados, pois, os locais correspondentes a essas bacias hidrográficas são as regiões que apresentam maiores desflorestamentos do bioma, devido, pincipalmente, à agropecuária.
Nesse sistema piloto foi constatado 1103 alertas, o que correspondeu a 6739 ha de desmatamento – cada ha equivale, em média, a área de um campo de futebol. O SAD mostrou que:
▫️70% dos alertas ocorreram em áreas menores do que 3 ha, sendo a Bacia do Iguaçu a campeã nesse quesito;
▪️ A maioria dos alertas ocorreram no meio rural, principalmente, com uso agropecuário (93,7%);
▫️ Na bacia do Iguaçu foi registrado 48% dos alertas, 1162 ha desmatados;
▪️Em Bonito (MS) ocorreu 137 alertas e 3223 ha de desflorestamento;
▫️Na bacia do Rio Jequitinhonha (BA e MG) foi desmatado 30% da floresta dessa área;
▪️Em Minas Gerais e Bahia foram detectados 22% (743 ha) e 9% (1469 ha) desmatados, respectivamente.
▫️Em 34,8% dos alertas registrados em São Paulo foram em área urbana.
O próximo relatório do SAD Mata Atlântica englobará todo o bioma, seguindo os limites do mapa de aplicação da Lei da Mata Atlântica. Os dados serão disponibilizados mensalmente na plataforma MapBiomas Alerta, os quais serão englobados em boletins trimestrais publicados pela Fundação SOS Mata Atlântica.
Fonte: SOS MATA ATLÂNTICA