
O filme mostra que a problemática acerca da pecuária não está ligada apenas com o gás metano, mas também com a poluição de rios, a demanda de água e de terra necessária para o plantio de alimento - por conseguinte o desmatamento de florestas, tão importantes na absorção de dióxido de carbono. Trás também dados pertinentes sobre o impacto causado pelo consumo de carne, como a pecuária sendo responsável por 18% de toda a emissão de gases de efeito estufa; 40 a 50 % dos cereais produzidos e 75% da soja indo para a alimentação de animais de abate. São também oferecidos números loquazes quanto às benesses ambientais de se reduzir o consumo de carne. Entretanto, precisa-se dizer que, frente aos fatos, o filme toma conclusões que não decorrem diretamente das premissas: é feito um esforço em várias vias para condenar o consumo de toda a carne de maneira geral e indistinta; entretanto, de acordo com a própria narrativa, a correta conclusão deveria atacar apenas a carne provinda da pecuária industrial. Outro ponto duvidoso é a ardilosa inserção de elementos sentimentalistas a favor dos direitos animais, uma pauta da ética animal como um todo e que se desconecta do argumento central referente ao aquecimento global e ao desmatamento.
“Meat The Truth - Uma verdade mais que inconveniente” não só atribui o dano ao meio ambiente como um problema gerado pela pecuária, como também a exploração animal. É um interessante documentário, trazendo excelentes abordagens. Vale a pena conferir!