O ozônio (O3) é um forte agente oxidante, em que em água essa característica pode ser ainda mais aprimorada, uma vez que ele forma radicais hidroxilas, que possuem um potencial oxidante ainda maior. Diante desse efeito oxidativo, ele pode ser utilizado em processos químicos de solução aquosa para degradar poluentes.
Um dos poluentes no qual o ozônio é promissor no tratamento é o de efluentes com corantes. Sabe-se que o setor têxtil gera graves contaminações ambientais, devido ao caráter tóxico e poluidor de muitos corantes. Tendo em vista que tratamentos por processos biológicos e físicos possuem eficiência limitada na remediação desses efluentes e certas restrições, o tratamento com O3 pode ser uma opção para suprir as limitações dos outros métodos, em que diante do seu efeito oxidativo ele pode ser eficaz na descoloração e degradação de corantes. Esse processo desenvolve-se inicialmente pela reação entre o O3 e/ou OH com os corantes e em seguida parte do O3 fica dissolvido e não interage com as moléculas e outra parte compete com os subprodutos formados na oxidação dos compostos.
Para avaliar essa eficiência do O3 Silva et al. (2021) estudaram a degradação e descoloração dos corantes alaranjados de metila, azul de metileno e verde malaquita, por meio da ozonização por efeito corona (descarga elétrica). Os pesquisadores encontraram resultados positivos, em que o azul de metileno (99% de redução de DQO em 5 L/min de vazão) e verde malaquita obtiveram 90% de descoloração em 25 min, já o alaranjado de metila (40% de redução de DQO em 5 L/min de vazão) por sua ligação química ser mais forte, esse valor foi obtido em 40 min de reação.
A partir desses resultados e tendo em vista que na ausência de ozônio praticamente não houve descoloração, os autores afirmaram que o ozônio teve boa eficiência de descoloração dos compostos. Dessa forma, esse agente oxidante pode ser uma alternativa promissora para o tratamento de efluentes têxteis.
Fonte: SILVA, Jordana et al. Uso de ozônio para o tratamento de águas contaminadas com corantes. Revista de Ciências Ambientais. Canoas, v. 15, n. 1, 2021. Disponível em: Revista de Ciências Ambientais
Texto escrito por: Maria Clara Martins