Aerossóis na Amazônia

Maio 3, 2021

Aerossóis na AmazôniaAerossóis são partículas que ficam em suspensão no ar. Essas partículas podem ser classificadas como finas e grossas; as finas são menores do que 2 µm e, geralmente, possuem origem biológica (bioaerossóis), através da conversão de gases biogênicos como isopreno e terpeno, por exemplo; as grossas são maiores do que 2 µm e podem ser constituídas por fragmentos de matéria orgânica. Os bioaerossóis são fundamentais para a dinâmica hídrica das florestas tropicais, uma vez que eles fazem parte do processo de formação das nuvens. A Floresta Amazônica possui uma dinâmica interna de aerossóis, sejam de origem biológica ou não: por exemplo, sabe-se que a Amazônia se beneficia de fluxos de poeira provindos do Saara, que auxiliam na correção nutricional de um solo que é naturalmente pobre nesse sentido.

Além de toda a degradação vegetal e morticínio animal causados pelas queimadas, eventos incendiários também alteram o balanço de aerossóis. Na Floresta Amazônica, esse é um problema grave e pouco divulgado: o excesso de partículas oxidadas liberadas em uma queimada de grandes proporções é capaz de poluir tanto o ar amazônico que a produção fotossintética pode ser drasticamente comprometida, pois o excesso de partículas em suspensão funciona como um anteparo para a luz solar. Além disso, aerossóis liberados em queimadas podem carregar elementos ambientalmente nocivos como mercúrio e chumbo.

A dinâmica de aerossóis em florestas é, portanto, um importante indicador da qualidade ambiental das florestas dos ambientes tropicais, seja em sentido positivo, quanto negativo. Pesquisas envolvendo aerossóis na Amazônia foram responsáveis tanto para caracterizar a dinâmica pluvial da floresta, quanto para estimar a degradação ambiental promovida por um longo histórico de queimadas.

Fontes:  Ciência e Cultura e Revista FAPESP

Texto escrito por: Italo Mol