Os fármacos possuem um papel de inquestionável importância em nossa sociedade. Porém, a expansão do mercado, somado ao descarte incorreto desses produtos, vem gerando problemas ambientais. Os fármacos são substâncias pouco biodegradáveis e muito persistentes. Após o seu uso, parte significante do fármaco original e seus metabólitos são eliminados através da urina e fezes de humanas e de animais, chegando às estações de tratamento de esgotos (ETEs).
Esses produtos não podem ser jogados em lixo comum, embora este seja o principal descarte. Trata-se de um erro, uma vez que o sistema de esgoto brasileiro, quando existente, não está preparado para fazer o tratamento adequado de resíduos tóxicos provenientes de medicamentos que são atirados na pia ou no vaso sanitário. O descarte de medicamentos vencidos, contaminados, interditados ou não utilizados, embora não haja uma atenção especial para esse tipo de resíduo, podem causar contaminação do solo e da água se dispostos em locais inadequados, como lixões e terrenos abandonados.
As consequências ambientais deste tipo de poluição ainda são pouco conhecidas, mas diversos estudos já indicam efeitos na reprodução e mobilidade de organismos. Mesmo em baixas concentrações, alguns estudos já apontam efeitos tóxicos dessas substâncias em alguns organismos aquáticos. Os hormônios são capazes de causar alterações sexuais, como, por exemplo, hermafroditismo e feminização em peixes. O Ibuprofeno (terceira droga mais popular do mundo) foi capaz de alterar os padrões de reprodução de peixes em concentrações detectadas no ambiente. Os efeitos que são reportados em organismos aquáticos e terrestres já são suficientes para demonstrar que a preocupação com a saúde dos seres vivos deve existir.
O que podemos fazer?
- Descartar os remédios nos lugares corretos, evitando jogar nas privadas ou lixo comum.
- Fazer o uso consciente de medicamentos, evitando a automedicação.
- Nos conscientizar e cobrar das nossas prefeituras um local para disposição de medicamentos vencidos.
Precisamos investir mais tempo em maneiras de prevenir que estas substâncias cheguem ao ambiente.
Referência: oeco.org.br
Maio 17, 2022
Ver também: Destaques ambientais