A planície hipersalina (salgado ou apicum), é uma parte do manguezal, formada por um campo aberto de chão seco, normalmente, situada entre a floresta e o sistema terreste. Ela ocorre em locais de desnível de terreno nas regiões tropicais e subtropicais, é submersa apenas duas vezes por mês e acumula sal, devido à evaporação de água no terreno. No Brasil, há presença do apicum do Rio de Janeiro ao Amapá, sendo que não há ocorrência em São Paulo.
O solo é composto por algas, fungos, bactérias, pequenos insetos e crustáceos, em que devido, principalmente, às cianobactérias, ele absorve quantidade significativa de gás carbônico da atmosfera, estocando-o na forma de biomassa. Além do estoque de carbono, a planície absorve nutrientes como nitrogênio e fosforo, os quais são espalhados e nutrem o manguezal quando a maré lava o solo.
Estudos indicam que o apicum da Reserva Biológica Estadual de Guaratiba (RJ) absorveu cerca de 21 gramas de carbono por ano nos últimos 100 anos e ainda confirmam que o solo funciona como uma esponja, visto que o carbono é mais absorvido do que eliminado dos sedimentos. Dessa forma, os pesquisadores consideram as planícies hipersalinas um dos ecossistemas costeiros capazes de atenuar as mudanças climáticas, uma vez que há a absorção de carbono. Logo, sua preservação é fundamental.