Produção e Recuperação de Ácidos Graxos Voláteis (AGVs) a Partir do Bagaço de Oliva Usando Digestão Anaeróbia Seguida por Adsorção Seletiva.

Nos últimos anos, o crescimento da população mundial culminou num aumento da demanda por alimentos e bens de consumo. Inserida nesse contexto, a indústria brasileira de azeite apresenta evolução notória, com um incremento significativo na produção de 42,8% em 2018.  A expansão do mercado oleícola é acompanhada da geração de um grande volume do bagaço de azeite, que vem sendo explorado sob a ótica da biorrefinaria para a produção de energia, biocombustíveis e produtos químicos de valor agregado. Sendo assim, estudos que visam o desenvolvimento de alternativas para geração de outros bioprodutos a partir deste resíduo considerando uma economia ciclo biobaseada, passam a ser interessantes. Um dos produtos possíveis de serem produzidos a partir da digestão anaeróbia acidogênica do bagaço de oliva são os ácidos graxos voláteis, que fazem parte de um grupo de compostos químicos conhecidos como insumos químicos construtores, uma vez que servem como base para formação de outros produtos nos setores alimentício, cosmético e de fragrâncias. Atualmente, a produção dos AGVs se dá principalmente por oxidação ou carboxilação de precursores químicos, tais como aldeídos e alcenos, que são derivados do processamento de petróleo e ocasionam efeitos negativos à saúde e ao meio ambiente. A produção de substâncias até então produzidas a partir de fontes não renováveis como é o caso dos AGVs a partir de matéria prima renovável, preferencialmente resíduo, é extremamente interessante sob a ótica da sustentabilidade. Ademais, a produção e posterior recuperação dos AGVs tem um grande interesse econômico, considerando a sua ampla aplicação nos diversos ramos da indústria e o seu valor agregado que se encontra na faixa de 50-130 $/ton (ATASOY, 2018). Nessa perspectiva, o presente projeto tem como objetivo avaliar a viabilidade de produção de AGVs a partir do bagaço de oliva pré-tratado por auto-hidrólise, dentro do contexto da economia circular biobaseada aplicada à indústria de azeite. Para isso, será investigada a severidade de pré-tratamento hidrotérmico mais adequada à produção de ácidos orgânicos, assim como a concentração e o perfil dos AGVs produzidos para uma relação Alimento/Microrganismo (A/M) de 0,5 g DQO substrato/g SSV inóculo, temperatura mesofílica e pH=5,5 em ensaios de digestão anaeróbia em fase líquida.

 

Situação: Conluiída; Natureza: Pesquisa.

Integrantes: Bolsista de Iniciação Científica/Daianna Silva Lana (PET-Ambiental) - Mestranda/Yasmim Arantes da Fonseca - Coordenador / Bruno Eduardo Lobo Baêta - Integrante / Leandro Vinícius Alves Gurgel - Integrante / Sérgio Francisco de Aquino - Integrante / César Ricardo Teixeira Tarley